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sexta-feira, 13 de julho de 2012

FLOR DA NOITE

Flor da Noite
Nana Caymmi





Dorme, tudo dorme
Sobre o mundo cai o véu
Veste o infinito
Véu da noite, cai do céu
Se outro alguém te lembrar de nós dois
Não diz prá esse alguém
O que passou e ficou prá depois
Seja o que for além
De mim
Ninguém
Assim

Sonha, tudo sonha
O universo vai ao léu
Verso do meu sonho
Flor da noite, carrossel

Se outro alguém te lembrar de nós dois
Não diz prá esse alguém
O que passou e ficou prá depois
Seja o que for além
De mim
Ninguém
Assimmmmmmmm


JOGADORES DA VIDA

JOGADORES AMADORES
Somos todos jogadores amadores
na várzea da vida,
vivendo diferenças descabidas.
Nos envolvemos
com tantas futilidades
conscientemente amparados
pelo imediatismo,
pelo materialismo
e ainda desejamos
dormir tranquilos.
Delírios coletivos enfatizam
a pequenez humana
desafiam inclusive, 
a Grandeza Divina.
Angústias
dependendo da circunstância,
pedindo vitória ou justiça.
Crises mundiais de toda ordem
mas as atenções estão voltadas
à uma partida de futebol.
Amanhã ou depois
cada um de nós segue pro túmulo
sem direito a recusas.
Levaremos sobretudo os gols dos erros.
Ficam apenas
os bons ou mal fluídos.
Nenhuma vibração
passa em brancas nuvens.
Somos um palanque de ousadias,
vítimas de nós mesmos,
traçando roteiros
falsamente felizes,
a sangue frio.
Cecília Fidelli.

RENUNCIAR SONHOS

QUANDO RENUNCIAMOS NOSSOS SONHOS

Quando renunciamos aos
 nossos sonhos e encontramos 
a paz – disse ele depois 
de um tempo – temos um pequeno período de tranquilidade. 
Mas os sonhos mortos 
começam a apodrecer dentro 
de nós, e infestar todo o 
ambiente em que vivemos. 
Começamos a nos tornar 
cruéis com aqueles que nos 
cercam, e finalmente passamos 
a dirigir esta crueldade 
contra nós mesmos. 
Surgem as doenças e psicoses. 
O que queríamos evitar 
no combate – a decepção e 
a derrota – passa a ser o 
único legado de nossa covardia. 
E, um belo dia, os sonhos 
mortos e apodrecidos tornam 
o ar difícil de respirar e passamos
 a desejar a morte, a morte 
que nos livrasse de nossas 
certezas, de nossas ocupações,
 e daquela terrível paz das 
tardes de domingo.

(Paulo Coelho)

UM BRINDE A VIDA

UM BRINDE

A todas as vozes que desaprenderam preces, ou mesmo que jamais aprenderam. …
A todas as solidões individuais ou partilhadas, gritadas, colhidas ou caladas, nos corações e nas almas.
A todas as buscas que levaram a encontros, perdas ou abandonos.
A todos os silêncios de gestos e palavras que encobriram impossibilidade, refúgios, medos ou ausências.
E, principalmente, aqueles que disseram mais do que palavras.
A todos os braços e abraços que acolheram, aqueceram e ampararam, nos momentos em que a perda já parecia certa e o abandono das forças de luta era aparentemente a única possibilidade de resposta.

Aos sorrisos esboçados ou assumidos que coloriram os rostos e enfeitaram o mundo. A todas as crianças crescidas e pequenas que viveram momentos de descoberta e não morreram para o aprender.
A todo o Amor que nasceu e morreu, mas que teve seu espaço de cor, força e brilho nas faces, corações e corpos.
A todas as músicas e versos que os artistas, ou não, exprimiram com suas emoções e nos ajudaram a compreender e comunicar melhor as nossas.

A toda voz ou carícia que não se negou, que ouviu o apelo e respondeu com sua existência, sua expressão sua proximidade.
A todas as orações desesperadas, suplicantes ou agradecidas.
A todos os “becos sem saídas” que deram em novos caminhos e em outras possibilidades.
A todos os desesperos que tiveram a grandeza de pedir ajuda e dar a enorme descoberta de serem conhecidos na partilha e no calor de um olhar, talvez perplexo, mas acolhedor.

A toda a vida que se omitiu ou ousou,que se transformou ou paralisou no tempo do medo. A todo o medo que a coragem permitiu viver, e que a força não deixou que imobilizasse o gesto, e levou aos passos mais adiante e aos caminhos mais além de antes do ontem.
A todos aqueles que, disponíveis para o novo, o invasivo, o ensaio, percorreram com seus olhos linhas como estas somando as nossas, as suas vivências, indagações e descobertas e fazendo com isto que amontoados de palavras se vestissem de significados, dedico esta mensagem como uma liberdade de aproximação e um enorme desejo de que a busca de cada um não cesse nunca, seja ela qual for, por mais que mudem as respostas ou que por vezes, nos desanime a ausência delas. Um brinde aos encontros, que neste espaço de vida, puderam acontecer
Autor desconhecido.