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sábado, 23 de junho de 2012

A VERDADE

A Verdade
Recado Facebook Seja Forte e Verdadeiro
A porta da verdade estava aberta, 
Mas só deixava passar 
Meia pessoa de cada vez. 
Assim não era possível atingir 
toda a verdade, Porque a meia pessoa 
que entrava Só trazia 
o perfil de meia verdade, 
E a sua segunda metade 
Voltava igualmente com meios perfis
 E os meios perfis não 
coincidiam verdade... 
Arrebentaram a porta. 
Derrubaram a porta, Chegaram ao lugar luminoso 
Onde a verdade esplendia seus fogos.
 Era dividida em metades 
Diferentes uma da outra. 
Chegou-se a discutir qual a 
metade mais bela. 
Nenhuma das duas era totalmente bela 
E carecia optar. 
Cada um optou conforme 
Seu capricho, sua ilusão, sua miopia.
Carlos Drummond de Andrade

OS OMBROS SUPORTAM O MUNDO

Os ombros suportam o mundo

Chega um tempo em que não se diz mais: 
meu Deus. Tempo de absoluta depuração. 
Tempo em que não se diz mais: meu amor.
 Porque o amor resultou inútil. 
E os olhos não choram. 
E as mãos tecem apenas o rude trabalho. 
E o coração está seco. 
Em vão mulheres batem à porta, não abrirás. 
Ficaste sozinho, a luz apagou-se, 
mas na sombra teus olhos resplandecem
enormes. És todo certeza, já não sabes sofrer.
 
E nada esperas de teus amigos. 
Pouco importa venha a velhice, que é a velhice? 
Teus ombros suportam o mundo e ele 
não pesa mais que a mão de uma criança.
As guerras, as fomes, as discussões
dentro dos edifícios provam apenas 
que a vida prossegue e nem todos se
libertaram ainda. 
Alguns, achando bárbaro o espetáculo, 
prefeririam (os delicados) morrer. 
Chegou um tempo em que não adianta morrer. 
Chegou um tempo em que a vida é uma ordem.
A vida apenas, sem mistificação.

Carlos Drummond de Andrade

POESIA PERSONAGEM

PERSONAGEM
Teu nome é quase indiferente
e nem teu rosto mais me inquieta.
A arte de amar é exatamente
a de se ser poeta.
Para pensar em ti, me basta
o próprio amor que por ti sinto:
és a ideia, serena e casta,
nutrida do enigma do instinto.
O lugar da tua presença
é um deserto, entre variedades:
mas nesse deserto é que pensa
o olhar de todas as saudades.
Meus sonhos viajam rumos tristes
e, no seu profundo universo,
tu, sem forma e sem nome, existes,
silêncio, obscuro, disperso.
Teu corpo, e teu rosto, e teu nome,
teu coração, tua existência,
tudo - o espaço evita e consome:
e eu só conheço a tua ausência.
Eu só conheço o que não vejo.
E, nesse abismo do meu sonho,
alheia a todo outro desejo,
me decomponho e recomponho.
Cecília Meireles

POEMA DE LIA LUFT

CANÇÃO DA PLENITUDE
Não tenho mais os olhos de menina
nem corpo adolescente, e a pele
translúcida há muito se manchou.
Há rugas onde havia sedas, sou uma estrutura
agrandada pelos anos e o peso dos fardos
bons ou ruins.
(Carreguei muitos com gosto e alguns com rebeldia.)
O que te posso dar é mais que tudo
o que perdi: dou-te os meus ganhos.
A maturidade que consegue rir
quando em outros tempos choraria,
busca te agradar
quando antigamente quereria
apenas ser amada.
Posso dar-te muito mais do que beleza
e juventude agora: esses dourados anos
me ensinaram a amar melhor, com mais paciência
e não menos ardor, a entender-te
se precisas, a aguardar-te quando vais,
a dar-te regaço de amante e colo de amiga,
e sobretudo força -- que vem do aprendizado.
Isso posso te dar: um mar antigo e confiável
cujas marés -- mesmo se fogem -- retornam,
cujas correntes ocultas não levam destroços
mas o sonho interminável das sereias.

MOMENTO BELO

Já não procuro a palavra exata
que me pudesse explicar:

Ando pelos contornos onde todos os significados

são sutis, são mortais.

Não busco prender o momento belo:

quero vivê-lo sempre mais com a

 intensidade que exige a vida,

com o desgarramento do salto e da fulguração.

E me corto ao meio e me solto 

de mim, 
duplo coração:

a que vive,

a que narra,

a que se debate

e a que voa-

- na loucura que redime da lucidez

(Lya Luft)

VIVER É ACREDITAR

PEQUENOS VALORES
Viver é acreditar no nascer e no pôr-do-sol
É ter esperança de que o amanhã será sempre o melhor
É renascer a cada dia
É aprender a crescer a cada momento
É acreditar no amor
É inventar a própria vida... 
No decorrer desta vida, o prazer, a alegria, a tristeza, 
a dor, o amor, desfilam em nossa alma 
e em nosso coração deixando diferentes marcas. 
São essas marcas combinadas 
que formam a riqueza da nossa caminhada. 
Um caminho onde o mais importante não é chegar 
e sim caminhar.
Valorize todos os detalhes, todas as subidas e descidas, as pedras, as curvas, o silêncio, a brisa 
e as montanhas deste seu caminho, 
para que você possa dizer de cabeça erguida, no futuro: 
Cresci
Chorei
Sorri
Caí
Levantei
Aprendi
Amei
Fui amado
Perdi
Venci
Vivi
E, principalmente, sou uma pessoa feliz! 
(Desconheço a Autoria)

A EMOÇÃO DE POSSUIR


POSSUA
Um coração que nunca endureça. Uma emoção que nunca pressione. Um toque que nunca magoe.
Um carinho que nunca envelheça. Uma doçura que não estacione. Um coração que, por vezes, perdoe.
Uma paixão que não enfraqueça. Um prazer que nunca relaxe. Um silêncio que nunca destoe.
Uma verdade que nunca encareça. Um medo que não ameace. Uma tristeza que não amontoe.
Uma amargura que não amanheça. Uma alegria que nunca entristeça. Uma fantasia que não voe.
Uma felicidade que não empobreça. Um desejo que nunca se apague. E um amor que te abençoe...
(Desconheço o Autor)